28 de julho de 2009

Tudo que eu não comentei

Todo mundo adora dar pitaco. Eu inclusive. Mas quem frequenta esse buraco da internet sabe que eu odeio o hype. Então espero passar o hype que eu odeio, para dar pitaco que eu adoro. Então, passado o hype, vamos aos pitacos:

Michael Jackson: todo mundo sabia que não ia morrer velhinho, branquinho, com cabelo de algodão. Ninguém mexe tanto com a própria saúde impunemente. Falem o que falar, mas MJ era, sim, um gênio. Goste você dele ou não. Eu mesmo, nem gosto muito. Mas, como todo gênio, variava entre picos da mais pura genialidade, tipo composições como Beat it, Black Or White e Thriller, e picos da mais pura imbecilidade, como plásticas sucessivas na tentativa de montar uma pessoa que ele aparentemente gostaria de ser. Tem quem diga que ele foi mais importante para a música que o Elvis. Bullshit. Sem o Elvis, que tirou a música feita por pretos do underground, MJ talvez nem aparecesse para as massas, só para os pretos.

Falando nisso: o pior tipo de racismo é o reverso, em que chamar um preto de preto é crime, mesmo ele sendo preto. Negro, afro, ou seja lá o nome que se queira chamar, a PESSOA é sempre mais importante que a cor. Um dos meus melhores amigos era preto, eu chamava ele de Negão e ele me chamava de Neguinho, um de meus apelidos em casa é Preto, já que meu pai e minha irmão são branquelos e eu sou marrom. Para a minha avó, pelo jeito que ela falava, chamar de Negro era mais ofensivo do que chamar de Preto. Um show do Cris Rock no Brasil seria proibido, porque metade das piadas ele chama os negros de Preto, ele mesmo, negão da cor. Repito: a pessoa é mais importante que a cor. Isso posto, essa palhaçada com o Danilo Gentili é só marola de quem quer aparecer de carona no prestígio alheio. Até porque, se ler o que ele escreveu, é uma piada totalmente anti-racismo, mas que aparentemente teve gente que não teve inteligência o suficiente para entender o sarcasmo que caracteriza o humor do cara.

E antes que venham me espezinhar: tenho amigos pretos, brancos, japas, chinas, judeus, árabes, marrons... Devo ter até algum amigo normal, mas não saberia dizer qual deles.

Fretados: outra atitude, digamos, de pouca inteligência. Com o transporte público ridículo que temos em São Paulo, tirar os fretados é tipo colocar 50 carros a mais na rua. Restringir, beleza, até faz sentido, mas tem que dar alternativas no mínimo com a mesma qualidade. Tirar um fretado e falar para o cara pegar um ônibus de linhas, que "é a mesma coisa", é uma mentira deslavada. Queria ver qualquer político de São Paulo andando regularmente, sem o bando de segurança ou de puxa-saco em volta, num ônibus de linha, sendo esmagado, encoxado, roubado e tudo ado todo santo dia. Talvez eles até resolvessem melhorar o transporte.

Por último, o Sarney: Bem feito. O Brasil merece gente desse tipo. Foi a gente que elegeu o Sarney. Opa, peraí, eu não, não votei nele e nem voto no Amapá. Sim, eu sei disso. Nem eu. Mas você voltou no Suplicy e no Mercadante, né? Senadores por São Paulo. Que são do PT. Que depois de séculos espezinhando o Sarney, botou ele lá de presidente do Senado, e diz que sem ele não tem "governabilidade". De novo, bem feito! Enquanto a gente não MUDAR essa corja que tá lá desde os tempos do império, não vai mudar absolutamente nada. Se não é o Sarney é o Renan, o Severino, o Collor e por aí vai...

Mais um post enorme. Ainda bem que a Barbara Gancia não lê o Esblogo, senão ia brigar comigo de novo! :P

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