Você pode achar que não, mas é. E deve ser mesmo. Qualquer atividade dita profissional deve ser tratada como negócio, seja lá que ramo que for. E esporte é um ramo de negócios, sim, e muito lucrativa.
Só que no Brasil, temos um inimigo feroz do esporte, que trata qualquer categoria, modalidade ou qualquer outra coisa com um desrespeito de dar nojo. Que é a principal emissora de televisão. Sim, a tal empresa que tanto se vangloria de apoiar, na verdade, tem as piores práticas no que diz respeito ao esporte.
A primeira, menos vista, é usar seu poder de exposição para meter a mão em regulamentos para que os mesmo saiam de modo a favorecê-la. Primeiro a TV, depois o esporte. E isso acontece, como disse, com qualqer categoria, qualquer modalidade. Desde cláusulas no regulamento da Stock Car até determinação de horários e locais de jogos de futebol, passando por jogos de vôlei, basquete, futebol de salão, natação e até ginástica artística. Quer que a emissora transmita? Então, amigo, é bom ser domingo de manhã, num horário que "caiba" no programa de esporte matinal. Porque senão, você não vai aparecer na televisão. E torça para não ter nenhum evento mais "importante", por exemplo, porque aí, nem se você pagar rios de dinheiro para aparecer vai rolar.
A outra coisa, essa mais visível e até pior (se é que alguma coisa e poir que meter a mão em tudo quanto é regulamento que aparece) é a insistente mania de não mostrar nem debaixo de porrada os patrocinadores dos atletas ou dos eventos. Imagine que uma empresa destacou uma verba dela para patrocinar um determinado atleta. Dinheiro esse que poderia estar indo para outras mídias, como TV, rádio, jornais, qualquer coisa, mas não, a empresa investiu em um atleta. Para que ele possa se dedicar ao esporte e talvez se tornar um atleta de ponta. Quando isso acontecer, sempre que ele aparecer, sua marca aparecerá. Mas a principal emissora do país faz malabarismos com suas câmeras para não mostrar a marca do patrocinador. Já tentou assistir alguma entrevista ou coletiva de imprensa depois de jogos de futebol, transmitidos pela empresa ou por alguma de suas subsidiárias? Para não mostrar o boné do patrocinador ou o painel com o nome dos patrocinadores atrás do atleta ou do técnico, dão um close na cara do infeliz que chega a dar náuseas em quem está assistindo. Se o coitado tiver uma espinha no nariz, por exemplo, você nem consegue prestar atenção no que ele está falando. Só consegue olhar a tal da espinha, que parece que vai explodir e invadir a tua sala pela televisão.
Aí me fala: porque eu vou investir tempo e dinheiro em patrocinar um atleta, um clube, uma agremiação qualquer, se na hora do retorno, eu sou passado para trás? Honestamente, se eu fosse o responsável pelo patrocíno de um grande time de futebol, aplicaria com a empresa a mesma política que ela aplica comigo. Avisaria a agência que cuida da minha conta que eu não iria querer programar mídia de TV com essa empresa, que não me mostra como patrocinador do clube. Anunciaria com outras emissoras, que entendem que quem patrocina o atleta ou o clube está fazendo isso para aparecer ali. Uma empresa pode ser loucura, duas, mostra um movimento, três pode começar a fazer falta. Imagine se os patrocinadores dos 4 clubes de maior torcida do país, tiram suas contas dessa emissora. Petrobrás, Sansung, LG e Pirelli. Dividindo a verba que antes ia para lá em outras emissoras, ou passando parte para os clubes. Seria algo a se pensar.
Enquanto a nossa campeã de audiência só pensar nela, não teremos campeões em campo, quadra, pista ou qualquer outra coisa. A falta de apoio de quem tem que escolher se o dinheiro vai no atleta ou na emissora, vai deixar várias promessas como apenas isso. Promessas.
14 de abril de 2008
Esporte é negócio?
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