11 de fevereiro de 2009

Cães

Quando a gente estava prestes a mudar de casa, tínhamos duas preocupações em relação aos nossos cães.

Uma porque o Buster, desde pequeno, vivia dentro de casa. O que era uma merda, por vários motivos. A casa vivia fedendo a cachorro, cheia de pelos (tem acento?), a gente tinha que ficar com a porta aberta por causa dele querer sair para necessidades e, claro, entrava o cheiro ruim delas e o frio, que lá no inverno era brabo! A gente sempre tentou tirar ele de dentro de casa, mas não tinha jeito. Ele já reconhecia como casa dele e se ficasse para fora, dava encrenca.

O outro problema era a Duda. A Duda é uma cachorrinha que pouca gente sabe que existe, inclusive. Ela me adotou como dono, faz uns 6 anos. Entrou em casa, ainda pequenininha, encostou num canto e nunca teve jeito de tirar ela de casa. Levei no veterinário, comecei a cuidar e ela foi ficando. É grandona, cuida da casa, impõe respeito e é carinhosa prá dedéu. Mas nunca conviveu no mesmo espaço com o Buster, tirando eventuais, e raros, encontros dos dois no quintal de casa.

Mas para a casa nova, a gente decidiu que eles iam ter que habitar o mesmo espaço. Porque não queríamos nem o Buster dentro de casa, e nem preocupar muito em separar os dois numa casa com um quintal grande do jeito que a nossa tem. No dia da mudança, tomamos alguns cuidados. Deixamos os dois na casa antiga, até a mudança toda ter sido feita. Aí levamos os dois juntos para a casa nova e mostramos o quintal todo como sendo a casa dos dois! E, para nossa surpresa, e alegria, eles se entenderam desde o primeiro minuto e nunca deram problema. Claro, vez ou outra rola uns arranca rabo, quando a Duda entra no cio é um inferno, mas na maior parte do tempo, eles convivem bem.

E o mais legal é que os dois criaram umas rotinas só deles. A Duda anda o dia inteiro e dorme mais a noite. O Buster, ao contrário, dorme mais de dia e não sossega de noite. Nas horas que os dois dormem juntos, geralmente ela fica na lavanderia e ele numa poltrona na varanda. Quando está muito frio, dorme um encostado no outro.

Agora, tem uma coisa que me intriga: geralmente, em vez de jogar as toalhas velhas fora, a Dé coloca para eles dormirem. Hoje peguei uma toalha para tomar banho, que a Dé bordou em uma DELA e na outra DELE. Aí me ocorreu que, se quando essas virarem panos para eles, um vai dormir com a DELA e um com a DELE. E tenho certeza que o Buster vai dormir na DELA e a Duda na DELE. Para eles, acho que não vai interessar o gênero bordado. Vai interessar o cheirinho da toalha.

Um comentário:

Fernando Tucori disse...

engraçado isso...
a gente fica anos e anos sem conversar e de repente se acha em blog.
e aí, é como se pudesse sentar sem pressa, pedir um café e ir ouvindo longamente tudo o que deveria ter ouvido por esses anos todos.
bom saber de você, meu velho.
e melhor ainda é ver vc bem.

abração!