12 de janeiro de 2009

Twitter e a web 2.0

Um brother meu um dia disse: a web 2.0 é uma merda, chata prá caralho. E ele tá certo. Uma coisa que eu sempre vi na internet, fosse em chats, fóruns, MMOGs ou qualquer tipo de interface que juntasse meia dúzia de seres humanos, é que a interação entre eles se tornava ridícula. Seja porque estão mentindo alucinadamente ou porque estão se xingando, ficar online com mais algumas pessoas em algum lugar se tornou uma tortura. Qualquer ambiente online frequentado por brasileiros, imediatamente esvazia, se tornando praticamente um serviço nacional. Burros e se sentindo protegidos pelo "anonimato" da internet, entram em serviços estrangeiros para espezinhar os gringos com um inglês que só nos faz passar (mais) vergonha.

Esse nome, Web 2.0, inclusive, usado para denominar conteúdo gerado por usuários "não-remunerados", pelo menos diretamente, assalariados, deve ter sido inventado por um desses caras que criaram um puta hype em cima deles mesmos, para tentar criar alguma relevância no tal do conteúdo que eles mesmos geravam. Claro que tem muita gente boa escrevendo por aí, mas, como em todo lugar, também tem muito picareta. E muitas vezes, descobrimos que aquele cara super antenado com as últimas tendências, ele mesmo criando muitas delas, é aquele nerd gordinho que se você conhecesse pessoalmente nem entraria no site dele. E que em círculos sociais normais, de carne e osso, nunca foi muito importante.

Pois é essa turma que virou a grande influenciadora desse final de década. Os caras que a interação virtual é maior que a tradicional. O cara que tem mais amigos no MySpace, no Orkut, no Facebook, no MSN do que na vida real. Um dia desses fiz uma faxina no MSN e deixei só meus parentes e amigos. Minha lista diminuiu de quase 400 pessoas para umas 80. Honestamente, ainda não senti falta de ninguém ali.

Mas porque escrevi TWITTER, no título do post? Porque o twitter, apesar de muito bacana, é para mim um termômetro dessa babaquice 2.0. Muita gente, na pilha de se tornar uma celebridade 2.0, acaba criando para si mesmo um personagem, um ser diferente de tudo que gosta e faz, mas que sabe (ou acha) que vai ser bem aceito pela "comunidade" da internet. Alguns personagens, apesar de notadamente criados para isso, são bons. Mérito do criador/criatura. Alguns dos caras que acompanho no Twitter são ótimos personagens. Acompanho como obras de ficção, que é como acho que esses tipos devem ser tratados. É como se eu estivesse lendo uma história em quadrinhos, um livro, vendo uma série de TV. Vejo, mas não tenho nenhum interesse em me aproximar. E se um dia sumir, não vou sentir nenhuma falta.

Já outros personagens são muito ruins. São caricaturas, tão falsas e forçadas que reforçam o desgosto pela raça humana. Mas Freud explica. A necessidade de aceitação, carinho e afeto é uma coisa séria e, mesmo sendo falso, virtual, o preenchimento dessa necessidade pode estar fazendo bem para um ser qualquer. Então, que ele seja feliz.

Mas gosto mesmo de ler meus amigos, os que sei que o personagem não foi criado para a web 2.0, mas para a vida. É muito mais divertido, emocionante e, sem dúvida nenhuma, melhor ainda depois de um papo pessoalmente.

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