Como diria Dadá, o mais marketeiro dos jogadores de futebol, não estou aqui para mostrar a problemática, mas para apresentar a solucionística.
Sei lá porque, mas tenho pensado muito nos últimos dias sobre como o país está uma merda. Tentando identificar as causas e, claro, pensar nas prováveis soluções. Há quem pense que é estranho um cidadão comum ficar pensando em soluções para o país, porque eu não sou político nem nada, mas acho que o melhor caminho para melhorar o mundo é todo mundo pensar em como fazer isso, e fazer.
E cheguei a uma conclusão inusitada. O futebol faz mal para o Brasil.
Porque para mim, um país vive de exemplos. E os exemplos que temos vindo do futebol são podres. Primeiro: você não precisa estudar. É só ter habilidade e poderá ser milionário. E no Brasil, qualquer milionário é doutor. É só reparar, tudo quanto é milionário gosta de ser chamado de doutor. Isso é uma merda, porque não importa o quão rico seja um cara, se ele é burro, ele é só um burro. Com dinheiro, mas burro. E ao ver um burro na TV, falando "para mim fazer", "a gente tentamos", "o póprio time", entre outras pérolas, o que pensa uma criança? Posso ser burro, e ainda assim, posso ser rico.
O problema disso é que para cada jogador que dá certo, 1000, 10000, 100000, sei lá quantos mil, ficam pelo caminho. Aí continuam pobres, além de burros. E gente burra, bem se sabe, é fácil de ser manipulada, ou comprada com qualquer bolsa esmola.
Segundo: chega um dirigente em um clube. Se instala lá com a sua patota e fica, anos a fio, fazendo tudo quanto é tipo de falcatrua, usando o nome do clube como cartão de visitas. De um forma que eu não consigo entender, a justiça não alcança esses caras, mesmo sabendo que eles fazem as merdas. Por quê? Bom, quem teria coragem de fechar um time de futebol? Imagina um cara que chega e fecha o Corinthians, por cona de sacanagens com os gringos. Como um cara desses enfrenta sei lá quantos milhões de torcedores que, de uma hora para outra, ficaram sem a grande paixão da vida deles? Qual a mensagem: não preciso ser foda ou competente. Preciso é ser parte da patota do esquema.
Terceiro: federações e afins. É a mesma coisa que com os dirigentes. Só que potencializado, porque além de tudo, esses caras tem acesso a políticos em uma escala muito maior. A mensagem também é ruim. E é a mesma: fazer parte do esquema é mais importante, ou lucrativo, que ser esforçado e ético.
Não quero tirar o direito de ninguém de enriquecer, nem tiro os méritos de quem chegou lá. Só acho que a máquina toda é prejudicial para o Brasil. Os exemplos são ruins, e os motivos para ninguém fazer nada são ainda mais injustos. Futebol é o circo da nossa versão nacional do pão e circo para entreter os burros enquanto os espertos nadam de braçadas num mar de malfeitos.
Não acho que a solução para o país seja simplesmente acabar com o futebol. Mas com certeza, a moralização do país passa pela moralização do futebol. Jogadores instruídos, dirigentes éticos, federações transparentes, enfim, bons exemplos para aqueles que almejam alcançar esse nirvana milionário da elite do futebol.
Quem sabe assim, mesmo os que não chegam lá, pelo menos estejam mais preparados para a vida real.
23 de junho de 2008
A problemática
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