18 de julho de 2007

São Paulo triste...

São Paulo foi dormir ontem com dor de cabeça. E hoje, claro, acordou triste. Por mais que saibamos que a maioria do povo da cidade pode nem conhecer ninguém que estava no avião que acidentou ontem, mas ninguém gosta que um acidente desse tamanho ocorra na cidade onde mora, tão perto da sua vida. Porque isso lembra, por mais besta e egoísta que possa parecer, que podia ter sido com você.

Apesar de achar até meio sem noção, meu cunhado me ligou. Eu falei que não tava em avião nenhum, mas, como ele disse, vai que eu estava do lado do aeroporto. Parado, num posto de gasolina. Pimba. Cai um avião em cima de mim. Pego a Dé que tava num curso, conto para ela, quando falo que o avião vinha de Porto Alegre, o susto: uma colega do trabalho foi para Gramado, voltaria de lá por Porto Alegre essa semana. Agonia.

A cidade amanheceu cinza, triste, silenciosa. Ainda mais triste do que revoltada, mas uma hora a revolta aparece. Já estão dando um jeito de aliviar, mas em dois dias, duas ocorrências na pista recém re-inaugurada, depois de uma "reforma". Nove meses de brigas falando que os céus do país não são seguros, descobrimos do pior jeito que a pista do aeroporto mais movimentado também não é.

Como sempre, rezo para que os parentes de quem perdeu alguém nesse acidente tenham serenidade e força. Não conheci nenhum deles, mas estou triste.

E, volto a dizer: o maior mentiroso do mundo é aquele que diz que não tem medo de andar de avião. Toda vez que eu entro em um avião, sinto medo, sim. Porque se der uma ziquinha qualquer, pode ser a última da minha vida. Quem diz que não tem medo, não tem é noção. Ou é conformado. E o pior, o medo não é só quando tem acidente, não. É quando fica muito tempo sem ter, também. Estatísticas...

Um comentário:

Anônimo disse...

Foi por isso e MUITO mais que eu mudei de País... Agora está fazendo -7C, mas prefiro usar colete de neve do que de à prova de bala...